quinta-feira, 3 de julho de 2008

As Irmãs Boswell


Quem já viu "Bicicletas de Belleville" deve se lembrar das excêntricas trigêmeas cantoras. Pois é, elas são uma alusão à uma grupo vocal feminino dos anos 30 que chamava-se Boswell Sisters, formado pelas irmãs (mas não trigêmeas) Martha, Connie e Helvetia Boswell. Nascidas numa família de classe média de Nova Orleans, não tardou muito para que as três descobrissem seus talentos musicais, e ainda na adolescência já se apresentavam nas rádios e teatros locais. Mas para atingir a fama, as irmãs tiveram de sair de sua cidade natal e migrar para a Meca do jazz, Nova York (um dos únicos lugares onde realmente se poderia viver do jazz na época). Lá gravaram suas primeiras músicas e fizeram parcerias que renderam ótimos frutos, como Glenn Miller, Benny Goodman e Joe Venuti. Suas canções influenciaram, entre muitos, uma jovem Ella Fitzgerald, que idolatrava a voz de Connie Boswell particularmente, e ficava horas sentada na frente do rádio imitando as melodias vocais de Connie. Não é difícil notar as influências na composição de seu estilo pessoal.
O que impressiona nas Boswell Sisters, além da simbiose perfeita das três vozes, que acabam por virar um só som coeso e aveludado, é a dinâmica em sua canções. Ao contrário de boa parte das músicas de jazz dessa época, que começam e terminam no mesmo tom e andamento, as interpretações das Boswell Sisters geralmente surpreendem os ouvintes com uma mudança na tonalidade da música, com uma aceleração no andamento ou com alguma convenção rítmica única. Lógico que parte disso tudo deve ser creditado aos músicos extremamente talentosos que dividiam o palco com elas (a Big Band do Glenn Miller é fenomenal!).
Seguem três músicas e um video:
Link para o video de "Heebie Jeebies": http://www.youtube.com/watch?v=a9Afn3Z-BWI&feature=related

Brinde às Boswell Sisters!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Big Bill Broonzy


William Lee Conley Broonzy, dito Big Bill Broonzy, nasceu em Scott, Mississipi, em 1893, em meio a uma prole de 16 irmãos. Casou-se aos 18 e como grande parte da população sulista negra dos EUA foi alistado no exército, onde passou dois anos de sua vida. Passada uma má colheita em meados da década de 1910, migra para o outro hemisfério norte americano em busca de duas coisas: roupas engomadas e uma guitarra elétrica. Na segunda tentativa de conseguir um espaço em uma gravadora (a primeira se esvaiu devido ao alto teor alcoólico no seu sangue), ele e seu amigo John Thomas gravaram a sessão que fixou conhecida como "Big Bill & Thomas", em 1927. A verdade é que Broonzy se lançou ao estrelato tardiamente, com 34 anos, idade senil se tratando de blueseiros. A partir daí abriu portas para parcerias com diversos blueseiros, entre eles: Sonny Terry, Brownie McGhee e Ma Rainey ("Imperatriz do Blues").


Esse vídeo sintetiza a capacidade de Big Bill Broonzy de sincronizar harmonia e melodia sem necessitar um acompanhamento, ou seja, ele explora o tema de "Hey Hey" concomitantemente à execução da base da música. Note seu dedão segurando os graves à medida que o resto dos dedos brincam com a melodia.




terça-feira, 1 de julho de 2008

Fuçando música


Existem alguns sites na internet onde você pode pesquisar e ouvir boa música de graça. Aqui vão alguns deles.

No http://www.deezer.com/, basta digitar o nome da música ou do artista e rezar pra que ele esteja relacionado no catálogo dos caras. Feita a pesquisa, vai aparecer uma lista e aí é só procurar o que você quer e dar play. O próprio site já executa a música na hora. Nem sempre tem de tudo, mas o site quebra um bom galho, e tem bastante coisa lá. O deezer também é uma boa ferramenta pra conhecer mais algum artista que você já conhece. Ponha o nome dele lá e deixe rolando a playlist. Dá pra organizar a pesquisa por ordem alfabética ou por álbuns, e se você se inscrever tem mais algumas regalias.

O http://www.accuradio.com/ é uma rádio, só que melhorada. Melhorada por que dá pra selecionar um estilo de música pra programação e o site tem várias opções. Jazz, Música Erudita, Blues, Rock N' Roll das antiga, Rock dos anos 60, tudo dividido por canais que separam essas categorias em outras sub-categorias. Por exemplo no Jazz, tem um canal pra cada estilo (Swing, Bebop, Cool, Free), um canal só com pianistas, um só com grandes vocalistas. E todo som que você ouve já vem com o nome do compositor, do intérprete, nome do álbum, ano, fotinho da capa do CD. E por aí vai. E além disso, também dá pra selecionar os artistas que você não faz questão de ouvir na sua programação, deixando ela mais com a sua cara.

Pra finalizar, o http://www.musicovery.com/ foi uma das melhores descobertas ultimamente. O esquema também é de uma rádio, onde você delimita o(s) estilo(s) e a época que quer ouvir em sua programação. As opções são variadas e estão organizadas por cores pra manter tudo bem didático. A grande sacada do site porém é que ele consegue organizar a playlist por climas. Ou seja você pode delimitar, além de estilo e época, se vai querer ouvir algo mais agitado, mais relaxado, mais dançante ou mais obscuro. E quando uma música acaba, a próxima segue o embalo da anterior, evitando choques entre músicas muito calmas e outras muito agitadas. O site ainda tem outros recursos legais, e uma navegação bem doida, então vale a pena entrar pra ouvir.

Nos anos 60






A Invasão Britânica foi um período nos anos 60 onde roqueiros ingleses começaram a popularizar-se no resto do mundo, quebrando a hegemonia do rock americano. Essa onda trouxe bandas como Eric Burdon & The Animals, Herman's Hermits, Gerry & the Pacemakers, mas principalmente os Beatles e os Rolling Stones.
Difícil rivalizar com esses monstros e a supremacia imposta por eles acabou ofuscando muitos conjuntos, que ficaram em segundo plano e resumiram sua área de sucesso à própria Inglaterra.
Um desses grupos chama-se The Kinks. Ao contrário das outras bandas "ofuscadas" que possuíam pouca consistência musical e não iam muito além dos clichês de progressões harmônicas e das letras românticas, os Kinks eram músicos inventivos e talentosos que tinham o raro dom de compor álbuns bons ao invés de somente músicas boas. Suas letras eram ácidas e tratam dos assuntos mais variados, mas sempre puxando para a crítica social, seja através da indignação visceral ou da ironia e do sarcasmo. Conseguiram criar um estilo próprio que ficou muito incrustado no rock britânico.
Julguem por si mesmos!